
Em seu terceiro disco, Emerald Classics, o grupo britânico Swim Deep segue em frente com sua tradição de um indie pop alegre e leve. Em meio a sintetizadores e um sutil throwback para os anos 1980, o álbum traz quarenta minutos de canções convencionais que, por mais que funcionem, não conseguem causar uma impressão duradoura no ouvinte.
O tema principal do disco, anunciado de maneira explícita no título da canção inicial “To Feel Good”, é justamente uma ode a um olhar mais gentil sobre a vida. Com uma produção simples, esse sentimento é transmitido com autenticidade em Emerald Classics, um trabalho que soa íntimo para o grupo. Trata-se de um álbum tranquilo e sem muitas reviravoltas, com todas as canções seguindo um mesmo modelo.
Talvez esse seja o grande problema: o álbum é um trabalho homogêneo demais, ao ponto de parecer pouco criativo e com um apanhado de ideias que são recicladas de canção em canção. Como um todo, ele surpreende por usar a sonoridade dos anos 1980 e 1990 despida de sua alta energia, mas há pouca variação entre uma faixa e outra. Há algumas exceções, como a ótima “Drag Queens In Soho”, que consegue injetar um pouco de vida e converter o sentimento etéreo de felicidade do disco em uma emoção mais palpável. Já em “Father I Pray”, o grupo de Birmingham insere sons de coral que ajudam a dar peso à canção.
Emerald Classics é um disco que surpreende ao usar uma abordagem mais doce e tranquila para uma sonoridade repleta de instrumentos psicodélicos. No entanto, o resultado final é adocicado demais, ao ponto de se tornar enjoativo. Apesar de seus méritos, o mais novo álbum de Swim Deep não consegue se destacar entre o catálogo atual do indie pop.
OUÇA: “Drag Queens In Soho”, “0121 Desire” e “Father I Pray”